Viabilidade da Reciclagem do Coco Verde
Cobrar para receber o lixo do COCO VERDE. Algumas pessoas se ofendem ou no mínimo ficam bastante intrigadas.
Vamos tentar esclarecer um pouco sobre a viabilidade da reciclagem do COCO VERDE.
É muito simples: ela tem que ter um custo final inferior a fibra do COCO SECO produzida no Nordeste.
Como o nome já diz, COCO SECO, não tem resíduo líquido no seu processo de extração . E também é produzida normalmente em áreas rurais.
O coco seco é composto basicamente da fibra (utilizada em diversas aplicações) do pó que é utilizado na agricultura como insumo para substrato e do endocarpo que é a parte dura muito utilizada em artesanato, biomassa, substrato para orquídeas e várias outras aplicações.
O COCO VERDE, é composto de 85% de umidade em seu mesocarpo que será retirado 50% do seu peso original já no início do processo, utilizando prensa de grande capacidade.
Na secagem da fibra se retirará mais 20% por evaporação ao sol. Assim obteremos uma fibra com aproximadamente 15% de umidade.
Lembramos também que estamos em uma região onde o clima tratando- se de pluviometria não é favorável, pois em determinadas épocas podemos ficar sem sol por mais de 15 dias.
O fato de se produzir um efluente líquido industrial que deverá passar por todo um processo de tratamento encarece em muito o produto final que seja a fibra ou o pó já que no COCO VERDE não contamos com o endocarpo. É praticamente inexistente e some misturado ao pó ( insumo para substrato).
Lembrar sempre que a reciclagem do COCO VERDE é uma atividade praticada em meio urbano e isto na prática se traduz por uma grande exigência por parte das instituições fiscalizadoras.
Já quem processa em área rural sempre pode dar um jeitinho inclusive alegando usos que são inverídicos e passa batido, pois a fiscalização é bastante dificultada.
Podemos afirmar de forma categórica que se uma planta de reciclagem do COCO VERDE não cobrar para receber este lixo ela é totalmente inviável.
Por outro lado, o gerador do LIXO do COCO VERDE terá que encaminhar para aterro sanitário e isto também é um custo muito alto e não apenas custa muito como também estará colaborando de forma negativa para com o meio ambiente , pois o COCO VERDE ajudará a diminuir a vida útil do aterro sanitário e também não estará gerando emprego e renda.
Nós os recicladores temos que chegar a um valor que satisfaça ao gerador do lixo do COCO VERDE e também permita que a atividade seja lucrativa.
No nosso caso que também possuímos uma industria de transformação da fibra de coco em vários produtos manufaturados, teremos de fazer uma opção que valha a pena produzir sua própria fibra e assim trazer de volta estes empregos para nossa cidade. Não trazendo mais fibra de COCO SECO do Nordeste.