“Ler sem refletir é igual a comer sem digerir” (Francis Bacon)
Reciclagem do Coco Verde: Atividade Encerrada
Você gostaria de receber lixo em sua empresa ou casa? Assunto polêmico, a reciclagem da casca do coco verde, precisa ser compreendido e debatido.
Todos sabemos que após o consumo de sua água, a casca do coco verde se torna lixo. Não possui valor comercial e ninguém tem interesse em pagar para receber. Pelo contrário: cobra-se. Além disso, custa caro para que o gerador do resíduo o destine a um aterro sanitário, o encaminhamento adequado.
Alumínio, ferrosos, papelão e plásticos, possuem custo positivo. A casca do coco verde, não.
Imagine: o aterro sanitário, como se sabe, está localizado em Sepetiba. Neste aterro, não são cobrados menos que R$60,00 por tonelada de resíduo. Calcula-se que um caminhão que leve o resíduo à Sepetiba, rodaria no mínimo 200km.
Deve-se levar em consideração que, em aterros sanitários, os caminhões deterioram-se bastante, pois o terreno é lamacento, existem as esperas em filas, condições climáticas às vezes muito desvantajosas e lixo espalhado, o que pode ocasionar outros danos, como a perfuração de pneus. Devidas circunstâncias, este veículo transporta apenas uma carga por dia, o que nos leva a concluir que o custo de coleta/transporte/descarte é dispendioso.
No caso da Coco Verde RJ, por ter localização privilegiada, os caminhões não sairiam dos asfaltos, podendo fazer em média 3 viagens diárias e tendo capacidade para receber este resíduo, repassando parte do benefício para os geradores.
LEGISLAÇÃO / GERADOR: Lei Orgânica Municipal da cidade do Rio de Janeiro.
http://comlurb.rio.rj.gov.br/lei_3273.htm
IX - O lixo que possa ser tipificado como domiciliar produzido em estabelecimentos comerciais, de serviços ou unidades industriais ou instituições/entidades públicas ou privadas ou unidades de trato de saúde humana ou animal ou mesmo em imóveis não residenciais, cuja natureza ou composição sejam similares àquelas do lixo domiciliar e cuja produção esteja limitada ao volume diário, por contribuinte, de cento e vinte litros ou sessenta quilogramas.
Após longo período sem atuar com reciclagem (Veja aqui nosso histórico), estamos voltando às nossas origens. Estudamos as possibilidades de retornar com a atividade e vislumbramos formas de obter matéria-prima para que a planta de reciclagem receba este lixo.
Antes de enumerar as formas de abastecimento, devemos deixar claro que se torna de extrema importância criar uma situação vantajosa para o gerador, que também precisa ter interesse em estar inserido num contexto profissional e sustentável. Para os que ainda procuram “dar um jeitinho” e “empurrar com a barriga”, só nos resta preservar nossa atividade, denunciando tais práticas, a exemplo do que já fizemos com o xaxim.
No momento em que um gerador deixa de seguir as regras que regem a sociedade, ou não queira se inserir dentro do contexto profissional, ele simplesmente estará contribuindo com atividades ilícitas, prejudicando a geração de novos empreendimentos e com consequências socioeconômicas.
Entendam: ninguém é obrigado a encaminhar ou adotar práticas de reciclagem, porém, o mínimo que se espera é que encaminhem os resíduos a um aterro sanitário, sem se fazer uso de locais impróprios e não autorizados, artimanhas comprovadamente impróprias e/ou alegar estar “usando o lixo para cobertura verde”, criar seu “próprio lixão”, etc.
A morosidade da fiscalização – que é dever de diversas esferas governamentais – nos obriga a acompanhar e denunciar estes geradores. Sendo assim, o faremos, – não tenham dúvida – pois os mesmos, de forma direta ou indireta, estarão nos prejudicando ao ponto de nos tornar inviáveis.
Muito tempo se passou, e com a aprovação do decreto de regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), espera-se que os empresários e geradores em geral, se conscientizem e encaminhem o resíduo para um destino ambiental e social adequado a nova realidade.
Formas de abastecimento da planta de reciclagem:
Com tais soluções de destinação sustentável, observa-se que não será por falta de empresas ou locais, que o coco verde continuará a ser descartado em lixões ou aterros sanitários.
A Coco Verde RJ, abre então um ciclo de valorização deste resíduo, cada vez mais presente em nossos centros urbanos, promovendo o social sustentável tão discutido na atualidade e oferecendo novos empregos. Nossa influência na preservação do meio ambiente está, justamente, em poupar os aterros sanitários e lixões, além de substituir o xaxim, que após anos de extrativismo, vem desaparecendo de nossa Mata Atlântica.
Ao final de 2005, suspendemos a comercialização de equipamentos para a venda de coco, pois os concorrentes entraram no mercado com soluções inferiores (em termos de qualidade) e por consequência, os preços também. Oferecíamos NF, garantias e ótima qualidade, o que também nos fez deixar de comercializar o fruto coco verde, pois a exemplo dos carrinhos de água de coco, mostramos o “caminho das pedras” e era possível encontrar diversos caminhões vendendo coco nas estradas e esquinas da cidade, sem despesas burocráticas, funcionários, regularização e fiscalização.
TECNOLOGIA ÚNICA
Na dinâmica de cada indústria, a cada cinquenta ou cem anos, ocorre aquilo convencionalmente chamado de “quebra de paradigma”, uma descoberta que altera de maneira irreversível o panorama daquela atividade para sempre. É exatamente este tipo de mudança irreversível que está acontecendo atualmente, a partir do advento tecnológico, que vem permitindo a reciclagem do coco verde em escala industrial e de forma totalmente sustentável.
O projeto concebe um sistema cíclico e sustentável, organizado em diversas etapas, onde cada uma delas movimenta um ou mais setores da economia, com repercussões sociais, ambientais e comerciais.
Esta integração, acompanha a empresa em cada uma de suas execuções, o compromisso de que estamos envolvidos, em uma atividade global e singular, onde entendemos que esta atitude seja obrigação empresarial e que, portanto, faz parte de nosso ciclo comercial, definindo nossas premissas básicas:
A exemplo de nosso combate com a extração e comercialização do xaxim, podemos prever grandes debates e questionamentos.
O maior obstáculo será convencer as empresas que pensam em vender este lixo – por total falta de conhecimento sobre o tema - de que terão que pagar, para assim gerar lucro para outra empresa, o que para muitos é inaceitável.
Abaixo, disponibilizamos algumas fotos de nossas instalações:
Este é o primeiro conjunto, porém, podemos alcançar a capacidade de três conjuntos.
Conforme já divulgamos, no ato da dilaceração, diminuímos em 50% o volume, transformando a esfera do coco verde em uma massa composta de fibra, pó e líquido. Após a prensagem, calcula-se uma nova diminuição de até 50%. Neste momento do processo, teremos apenas ¼ do volume inicial.
À esquerda, está o primeiro de 4 tanques com capacidade para 15.000L cada. Estes tanques, são destinados ao recolhimento do líquido das prensas, onde será tratado.
À direita, o que chamamos de cubo com esteira alimentadora. Nele, a fibra recebe acabamento e classificação, onde também é separado e classificado o pó. A forma de execução cria uma distinção de produtos comerciais.
Após esta etapa, a fibra pode ser encaminhada para a secagem, com uso imediato ou estocagem, podendo ser utilizada das duas formas.
Fachada da instalação onde é realizada a secagem da fibra, com piso sintético permeável e estufas agrícolas, para facilitar o manuseio nos períodos de chuva.
Atualmente, contamos com um protótipo de 700m² de estufa – que pode ser ampliado a 6.000m² –, o que nos permite secar e média 400kg de fibra.
Nossas estufas estão dispostas em lonas, sobre estrutura metálica, que permite o maior aproveitamento do sol ou até vento e mormaço;
Possuímos também caminhões, que foram projetados especificamente para a coleta do coco verde.