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Fibra de coco substitui xaxim na
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22-10-2002 - 09:37:07 |
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Fibra de coco substitui
xaxim na jardinagem
Há dez anos na lista
do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis) de espécies
ameaçadas de extinção, o xaxim (Dicksonia
sellowiana) já pode ser substituído por um
produto ainda pouco conhecido e explorado no
Brasil: a fibra de coco.
O produto, que é
fabricado a partir das cascas de coco verde ou
seco, pode entrar no lugar do xaxim na
fabricação de vasos e de estacas para suporte de
plantas. Algumas empresas brasileiras, como a
Coco Verde e a Biomix, por exemplo, já têm no
mercado artigos à base da fibra.
Segundo
os fabricantes, a durabilidade média dos artigos
de fibra de coco varia de cinco a seis anos.
Além disso, apresentam a vantagem de não ser
eventuais hospedeiros de insetos.
Porém
os produtos têm a desvantagem de ser até três
vezes mais caros que os produzidos com xaxim.
Uma estaca da planta custa cerca de R$ 0,50. O
similar de fibra de coco sai em média por R$
1,70. Mas a maior dificuldade para aumentar o
mercado de produtos à base de coco é o
desconhecimento dos consumidores. "A maioria da
população nem sabe que o xaxim é uma espécie em
extinção", diz Carlos Mendes, proprietário da
Biomix.
A substituição do xaxim pela
fibra também esbarra em outro problema: a
produção ainda incipiente. São 40 milhões de
toneladas produzidas por ano no Brasil, contra
1,02 bilhão fabricado na Índia, líder do ranking
mundial de produtores.
Mesmo assim, o
potencial de crescimento do mercado brasileiro
motivou o secretário de Estado de Agronegócios
da Índia, Ashok Pradhan, a declarar, em visita
ao país em maio, a intenção de futuramente
investir em joint ventures de agroindústrias
indo-brasileiras para o beneficiamento e
manufatura da fibra de coco.
Segundo
Philippe Jean Henri Mayer, gerente de projetos e
negócios da Coco Verde, a sua empresa já está um
passo à frente da tecnologia indiana. "Enquanto
os indianos fabricam a fibra com coco seco e
látex, nós a produzimos só com a palha do coco
verde. Somos os únicos no
mercado."
Comércio ilegal Encontrado
na região da mata atlântica, o xaxim, também
conhecido como samambaia-açu, se assemelha a uma
palmeira. Segundo especialistas, a planta
leva de 50 a 100 para atingir um metro e, hoje,
os espécimes com valor comercial estão
localizados apenas em alguns trechos do Estado
de Santa Catarina. Em 2001, uma resolução do
Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente)
proibiu o corte e a exploração de espécies
ameaçada de extinção nativas da mata atlântica.
No entanto a planta continua a ser usada em
larga escala na
jardinagem.
Conscientização "É preciso
conscientizar as pessoas. O comércio do xaxim é
ilegal e só deverá ser retomado quando for
estabelecido um plano de manejo para o cultivo
da planta", afirmou Suelma Silva, coordenadora
do grupo de trabalho do xaxim do Ibama. Por
essa razão, especialistas encorajam paisagistas
e demais pessoas a substituir o xaxim pela fibra
de coco ou por cascas de árvores, no caso de
necessidade de substrato para plantas.
(CC)
Fonte: Folha de São Paulo
22/10/2002
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por
Roseli
Zwing |
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